A chuva forte que caiu ontem em Aracaju, de madrugada até de manhã, deixou muitas ruas alagadas, o trânsito lento, impediu que alunos chegassem a algumas escolas e mais uma vez desabrigou moradores do bairro Santa Maria. Na ocupação Quirino, no Loteamento Marivan, 31 famílias abandonaram os barracos que ficaram alagados e estavam prestes a cair. No Morro do Avião, um barraco desabou, mas a sorte é que não havia ninguém dentro.
Segundo vizinhos, o proprietário do barraco não estava em casa. “Ele está morando de aluguel’, disse Edilma Maria de Jesus, que mora no Morro do Avião há 11 anos. “Meu barraco está cheio de água”, lamentou. Outro morador do local, Fernando Moreira dos Santos, passou boa parte da manhã abrindo uma valeta e retirando lixo para que a água acumulada no barraco dele pudesse escorrer. “A água estragou foi tudo, molhou a cama e os colchões”, disse Fernando, que mora com a esposa e mais cinco filhos.
Toda a água que descia do Loteamento Paraíso do Sul, também no Santa Maria, ficou acumulada na avenida Principal e nas ruas do Loteamento Marivan. Em alguns trechos, mal dava para os moradores chegarem aos pontos de ônibus. “Somos esquecidos pelo poder público. Nessa hora não aparece Defesa Civil, Inclusão Social, nada. Estamos com os barracos cheios e não temos como pagar aluguel. O jeito é ficar na rua”, desabafou Maria Vera Lúcia dos Santos, que mora há três anos na ocupação Quirino.
Avenidas de regiões nobres de Aracaju também ficaram alagadas. Na esquina da Acrísio Cruz com Francisco Porto a água bateu na porta dos carros. Mais adiante, entre as avenidas Antônio Conde Dias e Maria Alice Oliveira Costa, nas proximidades do Colégio Jardins, outro ponto de alagamento. Muitos motoristas ficaram no meio do caminho. Por pouco, o canal que corta o bairro não transbordou. O trânsito também ficou lento na ponte próxima ao Parque dos Cajueiros, onde as batidas são constantes.
Previsão O meteorologista Overland Amaral explicou que a partir de hoje a chuva em Aracaju deverá ser mais fina e concentrada no período da manhã. Ontem chegou a chover na capital 65 milímetros. A previsão para hoje é de apenas 10 mm. A chuva deverá voltar mais forte a partir de segunda-feira, quando os ventos poderão ultrapassar os 30 km/h. Conforme o coordenador da Defesa Civil Estadual, major Mendes, até 11 horas da manhã de ontem não tinha sido registrado qualquer acidente grave por conta da chuva, tanto na capital quanto no interior.
Escolas Um dos colégios prejudicado com a chuva de ontem foi o Jackson de Figueiredo, localizado na lateral da Catedral Metropolitana. Dois corredores de acesso às salas de aula ficaram alagados porque o esgoto transbordou. Mas como as salas não foram atingidas, as aulas não foram suspensas e provas foram aplicadas. Assim que parou de chover, a água baixou e os corredores foram limpos.
A coordenadora do Jackson de Figueiredo, Rose Nascimento, explicou que a escola foi reformada há pouco tempo e que o problema é originado na tubulação de esgoto que vem da rua. A água da chuva também alagou, mais uma vez, a Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) Francisco Guimarães Rollemberg, localizada na praça do conjunto Jardim Esperança.
Barra dos Coqueiros No conjunto Prisco Viana, na Barra dos Coqueiros, a chuva que vem caindo causou transtornos aos moradores da rua M. A situação foi agravada por conta de uma obra de saneamento que está sendo feita. Na manhã da última quarta-feira, os moradores fecharam a rua para pedir à construtora que tomasse providências. “Depois disso, colocaram um sistema de bombeamento, barras de contenção e uma passarela. Agora dá para os moradores passarem”, informou José Inácio dos Santos.
Fonte: Janaína Cruz - Jornal da Cidade
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